Muitos de nós têm-se esforçado por, independentemente das atuais circunstâncias, manter o empenho nos treinos e a atenção à nutrição, para não perder os objetivos de vista. E que melhor forma de estarmos em cima da questão que com as últimas notícias do mundo da ciência desportiva e nutrição?
Esta semana, vamos ver como uma proteína pode ajudar a “limpar” os músculos no pós-treino e se a proximidade a restaurantes de fast food pode afetar o nosso peso.
Vamos a isto…
A proteína que nos ajuda a desenvolver músculos
Antes de mais, poderás estar a pensar para contigo: “um momento, não é verdade que todas as proteínas em geral ajudam o desenvolvimento dos músculos?”. Ainda que isto seja um facto, investigadores da área descobriram que uma proteína em particular atua sobre tecido muscular desgastado, para que este possa ser substituído por tecido novo.
É sabido que o exercício ajuda ao crescimento dos músculos, mas esta modesta proteína, de seu nome ubiquitina, revelou uma parte de como isto na realidade acontece. Este novo estudo demonstrou que, durante o exercício físico intenso, há um aumento significativo na atividade da ubiquitina.
Esta última é usada pelo organismo para marcar as proteínas musculares velhas e desgastadas, ligando-se ao aminoácido lisina dessas proteínas. Isto leva a que a proteína seja transportada e decomposta em aminoácidos, para que possa ser reusada para fazer novas proteínas (e novo músculo).
Até este estudo, não havia muito que fosse conhecido sobre estas proteínas, que essencialmente cumprem a função de “limpar” as proteínas musculares mais antigas e gastas. Agora, sabemos um pouco mais sobre os processos que produzem os ganhos de massa muscular através do exercício.
Há ainda muito a descobrir, uma vez que esta experiência incidiu apenas em exercício intenso em bicicleta. Como é que a produção de ubiquitina varia para diferentes regimes de exercício, para uma amostra maior de participantes ou para diferentes géneros? Teremos que aguardar por mais dados para descobrir.
Viver perto de um ginásio deixa-nos mais em forma?
Como é óbvio, é preciso que se frequente o ginásio para que seja possível observar alguma diferença, mas será mais provável que nos mantenhamos em forma ou, por outro lado, que negligenciemos uma boa alimentação quando vivemos junto a um ginásio, em comparação com viver perto de um restaurante de fast food?
De acordo com um novo estudo, podes tranquilizar-te em relação à futura mudança para junto do centro comercial, porque se verificou não haver relação entre o nosso peso e o quão perto vivemos de um restaurante de fast food ou de um ginásio.
É sabido que múltiplos fatores podem afetar a nossa saúde e nível de fitess, de diferenças sócio-económicas ao emprego, portanto, não nos deveria surpreender que seja frequentemente colocada a hipótese que o nosso ambiente local possa igualmente ter efeitos na nossa saúde.
Este estudo realizado na Suécia, em que participaram 1,5 milhões de adultos, no entanto, não descobriu quaisquer relações estatisticamente significantes entre a proximidade de um ginásio ou de um restaurante de fast food e o nosso peso. Isto pode dever-se a questões culturais: é possível que os Suecos tenham mais auto-controlo que pessoas de outras nações quando sentem o cheiro convidativo a takeaway. É uma questão interessante a considerar.
A questão mais importante continua, contudo, a ser a oposta: o que faz realmente aumentar a probabilidade de optarmos pelo ginásio em detrimento do takeaway?
Mensagem FinalEsperamos que tenhas aprendido algo novo sobre o modo como os músculos são construídos – nós com certeza aprendemos.
Estamos com curiosidade por ver estudos mais abrangentes sobre este tema. Com tantos ginásios e restaurantes fechados de momento, poderás dar por ti a telefonar para o takeaway mais próximo com mais frequência que o costume, e quem te pode criticar? É bom saber, em qualquer caso, que tens a ciência do teu lado.
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Traduzido por Hermano Moura
Os nossos artigos têm propósitos unicamente informativos e educativos e não devem ser usados como conselho médico. Se tem alguma preocupação, consulte um profissional de saúde antes de tomar suplementos nutricionais ou introduzir quaisquer alterações significativas na sua dieta.
1. Parker, B. L., Kiens, B., Wojtaszewski, J. F., Richter, E. A., & James, D. E. (2020). Quantification of exercise‐regulated ubiquitin signaling in human skeletal muscle identifies protein modification cross talk via NEDDylation. The FASEB Journal, 34(4), 5906-5916.
2. Okuyama, K., Li, X., Abe, T. et al. Fast food outlets, physical activity facilities, and obesity among adults: a nationwide longitudinal study from Sweden. Int J Obes (2020).
Evangeline tem uma larga experiência em desportos de competição desde tenra idade. Por exemplo, a sua experiência como instrutora de vela RYA ensinou-lhe o quão importante é cuidar da sua alimentação para um rendimento de topo em desportos extremos e de endurance. Este foco na alimentação permitiu-lhe atingir o estatuto de capitã da equipa olímpica do Reino Unido e treinar a equipa da sua universidade.
Nos seus tempos livres, a Evangeline adora correr maratonas. Ao fim de semana irás encontrá-la a fazer desportos aquáticos ou escalada. Ao anoitecer opta por sessões de treino de alta intensidade ou um treino de squats antes de comer uma bela refeição picante com muitas verduras - yum!
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