Não queremos pôr o carro à frente dos bois, mas podemos adiantar à partida que o nosso nutricionista Richie Kirwan não é fã de “superalimentos”.
Mas pôr as coisas nesses termos pode não ser inteiramente justo. Não são os alimentos o problema, mas o termo. “Superalimentos” é um dos termos do mundo da nutrição que prefere evitar.
https://www.youtube.com/watch?v=58D4xlqn67U
O que são “superalimentos”?
O facto de que não há uma definição estabelecida para a palavra é um dos principais motivos para desconfiar dela logo à partida. Num sentido geral, trata-se de um alimento muito rico num nutriente em particular ou que tem um benefício de saúde aparente. Mas não há uma definição rigorosa. O termo é o sonho de um publicitário – qualquer alimento pode ser chamado de “superalimento”, no contexto certo.
Seguem-se alguns exemplos de alimentos aos quais tem sido dada esta designação.
Vegetais de folha verde-escura
Estes incluem:
- Couve crespa
- Acelga
- Espinafres
- Repolho
Estes alimentos estão cheios de nutrientes, como fibra, ácido fólico, cálcio, magnésio e ferro. Estão associados a uma melhor saúde cardiovascular e a riscos mais baixos de diversos problemas. Tudo isto soa sem dúvida “super”, mas, para quem se convence a comer a custo couve o dia todo, a ideia pode começar a perder a piada muito rapidamente.
Frutos do Bosque
Estes incluem:
- Mirtilos
- Amoras
- Morangos
O perfeito ingrediente para um smoothie, cobertura para granola ou mesmo como sobremesa. Os frutos do bosque tendem a ser baixos em calorias, em comparação com outros frutos, e são ricos em polifenóis. Para quem não está por dentro do tema, os polifenóis são os componentes que produzem as cores dos frutos, e têm propriedades anti-inflamatórias.
Peixes oleosos
Estes incluem:
- O salmão, com a sua longa cadeia de ácidos gordos ómega-3
- A sardinha
Quem ingere mais peixes oleosos tem um risco menor de diversos problemas do coração e do cérebro que podem surgir com o envelhecimento.
Chocolate Preto
Boas notícias para os fãs de chocolate. Embora na nossa opinião nada bata o chocolate de leite. O alto teor de cacau não é o que puxa por nós. Com as devidas desculpas a todos os fãs de chocolate preto.
Em qualquer caso, o chocolate preto, como as bagas, está cheio de polifenóis e antioxidantes. Por esse motivo, está associado a diversos benefícios. Infelizmente, é muito alto em calorias, mas não precisamos de o consumir em grandes doses para beneficiar dessas qualidades.
Abacate
Um ponto controverso…
Os abacates são reconhecidos pelas suas gorduras insaturadas saudáveis e minerais como o magnésio, mas Richie parece cético quanto às suas qualidades. Claramente, não está desejoso de uma torrada com abacate e ovo. Dá luz vermelha à sua inclusão nesta lista.
Note-se que ele não parece ter necessariamente nada contra essas belezas verdes que nos deram o guacamole. Mas não está convencido das suas qualidades.
Sementes de chia
As sementes de chia contêm gorduras insaturadas, que são boas para o coração, assim como fibra, que é importante para o intestino, pelo que se tornaram um alimento muito reputado. E por bons motivos. São também ricas em ácidos gordos ómega-3, que não são muito fáceis de encontrar noutros alimentos para quem não é fã de peixe.
Curcuma
A especiaria que dá a tantos caris a sua característica cor amarela. Mas uma palavra de aviso: se cozinhares com curcuma, esta tornará amarelas todas as tuas colheres de pau. Tem sido a protagonista de muitos estudos científicos, que se focaram sobretudo nos seus efeitos anti-iflamatórios. Os dados não são completamente conclusivos, mas não há dúvida de que sabe bem num caril – se também se confirmarem todas as suas qualidades nutricionais, tanto melhor.
O ponto principal é que Richie não se preocupa se enchemos o prato com sementes de chia, salmão e amoras – se o fizermos, ótimo, desde que o façamos em conjugação com uma alimentação equilibrada.
Mensagem final
Todos estes alimentos são uma excelente adição a uma alimentação cuidada. Mas, da próxima vez que vires um alimento apelidado de “super”, considera fazer a tua própria pesquisa sobre o assunto e ver porquê. Para quem não gosta de sementes de chia, não faz sentido empanturrar-se com elas apenas pela sua composição de nutrientes. “Superalimento” cria a falsa impressão de algo que temos de comer. Se os pudermos acrescentar à nossa alimentação, ótimo, mas caso contrário, não é caso para perder sono sobre a questão.
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Os nossos artigos têm propósitos unicamente informativos e educativos e não devem ser usados como conselho médico. Se tem alguma preocupação, consulte um profissional de saúde antes de tomar suplementos nutricionais ou introduzir quaisquer alterações significativas na sua dieta.