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Nutrição

O Efeito Surpreendente da Gordura, Ossos e Músculos no Apetite

O Efeito Surpreendente da Gordura, Ossos e Músculos no Apetite
Emily Wilcock
Escritor2 anos Atrás
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Como é que o corpo regula o apetite? Trata-se de um processo complexo, influenciado pelos nossos músculos, gordura corporal, ossos e muitos outros fatores.

Neste artigo, Richie Kirwan, nutricionista e investigador de doutoramento, está aqui para satisfazer a nossa "fome" por conhecimento, explorando exatamente o que acontece nos nossos cérebros e corpos quando temos vontade de comer. Perder peso é um objetivo partilhado por muitos, mas está longe de ser fácil. Muitas pessoas tentam e falham, e quem as pode censurar?

Insistimos constantemente na importância do défice calórico – comer menos calorias que as de manutenção. Em teoria, isto é simples, mas na prática pode ser muito mais difícil de conseguir. Quando queremos mudar o nosso apetite, estamos a combater o adversário mais terrível de todos: o nosso próprio cérebro. Milhões de anos de evolução prepararam o cérebro humano para procurar comida, pelo que este leva um bom avanço nessa batalha.

O controlo do apetite é um tema extremamente complexo, no qual os nossos músculos, gordura e ossos desempenham um papel. Vamos aos detalhes.

 

Gordura corporal e lipostato

Sabemos o que é a gordura corporal, mas o que vem a ser um lipostato? Vamos descobrir. “Lipo” vem da palavra grega para “gordura” e “stato” indica a manutenção do estado de algo – como num “termostato”, que regula um sistema de aquecimento. Por isso, um lipostato é algo que nos ajuda a regular a gordura corporal, como a leptina.

A leptina é uma hormona produzida pela gordura corporal. De um modo geral, quanto mais gordura temos, mais leptina produzimos. Normalmente, a leptina faz com que comamos menos, influenciando a parte do cérebro que controla o apetite, o hipotálamo.

Quando a leptina foi descoberta, pensou-se que controlar o apetite talvez fosse possível através de injeções de leptina. Mas todas as experiências nesse sentido foram mal-sucedidas. Pessoas com muita gordura corporal têm altos níveis de leptina, portanto, porque é que não perdem peso em resultado de um apetite reduzido? A realidade é que desenvolveram o que é conhecido como "resistência à leptina". Os seus organismos foram expostos a altos níveis de leptina por tanto tempo que perderam a sensibilidade a esta substância. E, o que é pior, quando perdem peso ou simplesmente reduzem o consumo de calorias durante algum tempo, os níveis de leptina descem, fazendo com que o seu apetite suba em flecha.

Podemos aumentar os níveis de leptina comendo mais, sobretudo mais hidratos de carbono. Mas não vás à pressa encher a boca de pão e massa – este aumento é passageiro, pelo que essa não é uma boa estratégia a longo prazo.

 

Ossos

Num estudo de há alguns anos atrás, um grupo de investigadores na Suécia realizou uma experiência em ratos que os tornou artificialmente mais pesados. No curso de duas semanas, estes ratos perderam mais peso em gordura corporal, comparados com ratos que não tinham qualquer peso adicional. Porque teria isto acontecido? Os investigadores perguntaram-se essa mesma questão. Notaram que os ratos com peso a mais estavam a comer menos que os outros. Mas isto não se devia à influência da leptina. A trama complica-se.

Descobriu-se que a perda de peso se devia por inteiro aos osteócitos, um tipo de célula óssea. Os osteócitos nos ossos das pernas dos ratos podiam detetar a alteração no peso. Por isso, quando os cientistas adicionaram mais peso aos ratos, as células ósseas detetaram-no e enviaram um sinal ao cérebro do rato que indicava que o rato estava demasiado pesado e devia comer menos, pelo que os ratos perdiam peso. Os investigadores chamaram a este sistema de controlo do peso o gravitostato – a força da gravidade também tem um papel na regulação do peso corporal.

E agora chega a parte que torna o estudo potencialmente relevante para humanos. Muitos de nós passamos a maior parte do dia sentados. No trabalho, na ida e volta do trabalho, a ver televisão à noite. Esta inatividade significa que os nossos ossos não conseguem detetar o peso corporal com a mesma eficácia que se estivéssemos o dia todo de pé. O efeito de diminuição do apetite não é devidamente ativado.

Tudo isto é teoria científica corrente e há agora mais dados que apoiam a ideia. Um grupo de cientistas decidiu investigar se algo parecido ocorre nos seres humanos.

Um grupo de participantes com obesidade foi selecionado para usar coletes com pesos. O peso equivalia a cerca de 11% do seu peso corporal e os participantes usaram-no por 8 horas por dia durante 3 semanas. Observou-se que os participantes nos coletes com pesos perderam mais peso corporal e gordura, mas não mais massa muscular, que o grupo de controlo, que não usou quaisquer coletes. Os investigadores acreditam que a perda de peso se deveu a um apetite reduzido, e não ao gasto acrescido de calorias.

 

Músculos

Os músculos são mais um fator misterioso de controlo do apetite. Não há presentemente um termo científico para isto, pelo que Richie propõe um: sarcostato. “Sarco” deriva do grego “sárx”, que significa carne ou músculo.

Quem tenta perder peso sem fazer alguma forma de treino físico, perde frequentemente quer massa corporal quer massa muscular. Já estabelecemos que, quando perdemos gordura corporal, os nossos níveis de leptina diminuem, mas verificou-se que também a nossa massa muscular os pode afetar. Quando perdemos massa muscular, vemos alterações em certas hormonas que são produzidas nos músculos. Por exemplo, a quantidade de grelina, que estimula o apetite, sobe. Em segundo lugar, menos massa muscular pode levar à diminuição de uma proteína mensageira chamada miostatina – isto faz parar o crescimento muscular. Por isso, quando a miostatina desce, outra molécula, chamada "fator de crescimento semelhante à insulina", sobe, fazendo também crescer o apetite.

A razão para isto? O corpo está a tentar manter a massa muscular, pelo que, quando deteta uma perda nesta, aumenta o apetite para tentar engordar um pouco e voltar a ganhar o músculo. A queda da miostatina ajuda também a favorecer o ganho de músculo.

Então, o desenvolvimento muscular pode significar um apetite menor? Infelizmente não sabemos – é necessária muito mais pesquisa antes dessa questão poder ser respondida satisfatoriamente.

 

Mensagem final

Em conclusão: o corpo funciona de formas misteriosas. Os nosso cérebros, ossos, músculos e hormonas estão envolvidos no processo complexo que é o apetite. A ciência já consegue explicar partes importantes deste processo, mas ainda há muito por descobrir. Com mais investigação, poderemos descobrir mais sobre como o nosso apetite funciona. E não sabemos quanto a ti, mas nós ficamos com uma curiosidade “insaciável”.

 

 

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After completing an internship with Myprotein, Emily returned to university to finish her Bachelor of Science degree in Business Management and Marketing. With experience in lifestyle writing, Emily aims to entertain and educate through her work. Her focuses include recipes, real and inspiring stories, and working with writers to help provide easy-to-digest evidence-based research. Her work on recipes has been previously featured in The Supplement magazine, with a particular focus on high-protein, nutritious meals, plus advice on how to properly fuel your body. Outside of work, Emily’s top priority is food. She’s a self-professed star baker and a connoisseur of all things baked. In her spare time, she’s either cooking up a storm, our looking out for the opportunity to try out Manchester’s newest restaurants. But as a huge fan of carbs, if it’s not pasta or pasta-adjacent, she’s not interested. If she’s not in the kitchen, she’s tucked up with a book for an early night, or you’ll find her in the gym working up a sweat. Afterall, all those carbs require quite the appetite.
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