O estiramento muscular é uma lesão caracterizada pelo estiramento das fibras musculares para além da sua normalidade. Tendem a ser frequentes nos praticantes de exercício físico e obrigam a alterar a rotina e os hábitos de treino.
Porque acontece: maioritariamente devido a um processo de fadiga/overuse muscular.
Este tipo de lesões pode depender de diversos fatores:- Intrínsecos (características genéticas)
- Extrínsecos, relacionados com o meio envolvente (piso, equipamento desportivo, condições climatéricas, etc.).
Isquiotibiais, Quadricípite, Gémeos e Adutores são normalmente os músculos mais susceptíveis e expostos a este tipo de lesão.
A sua classificação e identificação baseia-se na gravidade do estiramento, quantidade de tecido afectado, perda funcional e força.
Deste modo, consideram-se 4 categorias
Grau 1: sem lesão muscular estrutural considerável;
Grau 2: com lesão muscular e diminuição da força;
Grau 3: com rotura parcial e perda de função e força do músculo afectado.
Grau 4: rotura total com perda de força e função muscular.
Factores de risco
√ Fadiga muscular
√ Antecedentes de lesões musculares
√ Pouca flexibilidade
√ Desequilíbrios de força muscular entre agonistas e antagonistas
√ Alterações nutricionais e hormonais
√ Factores de treino tais como:
- Postura, coordenação e técnica incorrecta
- Overuse e fadiga
- Pobre aquecimento inicial.
Deves ter em atenção e cuidado a todos estes factores de risco, com vista a evitar teres um estiramento muscular.
Sintomas dos estiramentos
A sintomatologia mais comum é a dor intensa no músculo, normalmente do tipo “agulhada”, seguido de diminuição da função muscular, podendo obrigar à paragem do treino.
A identificação do grau de lesão é essencial, pois a sintomatologia é diferenciada.
Grau 1: estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares, inferior a 5% do músculo afectado. A dor ocorre num ponto específico, surge quando contrais o músculo contra uma resistência e pode estar ausente durante o repouso.
Pequeno ou inexistente edema e hemorragia, danos estruturais mínimos, recuperas rapidamente e sem limitações funcionais.
Grau 2: o número de fibras lesadas e a gravidade da lesão são maiores, entre 5% e 50% do músculo, podendo já existir a presença de rotura muscular.
De carácter igual ao grau I, mas com reação local agudizada, redução da função e força muscular. Deves parar de treinar e iniciar tratamento.
Uma Ecografia é essencial para evidenciar a gravidade da lesão, pois consoante o resultado da mesma, consoante a tua recuperação será mais rápida ou mais lenta.
Grau 3: rotura comprovada com ecografia com mais de 50% do músculo afectado.
Visualiza-se uma região depressível, palpável e com perda de função acentuada. A dor é intensa e notória numa contracção muscular passiva. O edema e a hemorragia são grandes.
Grau 4: rotura completa muscular, sendo muito rara de acontecer. Necessidade de recorrer a ecografia e ressonância magnética, só se resolve com procedimento cirúrgico.
Como recuperar de um estiramento muscular?
Gelo: na região afectada diversas vezes entre 10 a 15 minutos
Compressão: facilita o processo de cicatrização muscular
Protecção: evita os movimentos dolorosos ou que desencadearam o estiramento
Repouso e Elevação: dá descanso aos músculos para recuperarem rapidamente
Curto período de imobilização: evita a perda de força e função muscular
Analgésicos e os anti-inflamatórios: são úteis, mas devem ser utilizados com cuidado porque podem comprometer o mecanismo de reparação tecidular.
Se cumprires com estes cuidados nas primeiras 24 a 72 horas, o processo de recuperação é rápido e sustentável, e irás evitar longos tempos de paragem e a formação de fibroses musculares.
Nos estiramentos, entre cinco a 10 dias estás de volta ao teu treino para recuperação de força e função. Casos mais graves só à terceira semana é que deves iniciar exercícios de força e função muscular.
Inclui exercícios de alongamento na tua recuperação, pois são fundamentais ao processo de cicatrização e a evolução da recuperação deve obedecer a uma avaliação diária da dor, força, função muscular e técnica de execução do movimento específico.
Se negligenciares este processo corres o risco de reincidência que pode resultar na paragem longa da actividade física.
7 Cuidados para prevenir os estiramentos musculares
Os cuidados de prevenção são a chave para evitar o aparecimento de estiramentos, sendo fundamental:
√ Fazeres um bom aquecimento
√ Usa equipamento adequado e em bom estado
√ Respeita o teu corpo, descansa e evolui de uma forma gradual e sustentada
√ Não entres em fadiga ou overuse muscular
√ Evita praticar desporto quando estás doente ou debilitado, o teu corpo está frágil
√ Optimiza a tua postura e técnica de treino
√ Alimenta-te de uma forma saudável, equilibrada e mantem o peso constante.
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