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Fat Binders | O que são? | Como funcionam?

Fat Binders | O que são? | Como funcionam?
Helena Kostina
Escritor6 anos Atrás
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Fat Binders

É claro que nenhum plano de perda de gordura vai resultar a não ser que a nutrição e o exercício sejam uma prioridade na tua mente.

No entanto, se te comprometeres e te sacrificares por um desses planos, podes querer ver se consegues alguma ajuda extra no teu processo de perda de gordura

Os Fat Binders são uma forma nova e interessante de te ajudar na luta contra a gordura, e este artigo vai analisar o quão eficientes poderão ser a promover a perda de gordura.

O que são os fat binders?

É importante começar por dizer que os “fat binders” NÃO SÃO o mesmo que “fat burners” (termogénicos). Os termogénicos são usados para queimar a gordura que é absorvida pelo nosso corpo e aí armazenada. No caso dos “fat binders”, estes trabalham exclusivamente FORA do corpo (mais ou menos).

Basicamente, o trato digestivo que vai da tua boca até ao, bem, ao teu ânus é considerado como sendo externo ao teu corpo.

Os nutrientes provenientes da comida são absorvidos ao longo deste trato e são transferidos para o nosso corpo para serem utilizados conforme necessário.

Os fat binders essencialmente previnem a gordura de ser absorvida, fazendo com que não possa ser armazenada. Isto é semelhante ao que acontece com a fibra, que assiste na excreção de resíduos do sistema digestivo.

Dado que as gorduras não são absorvidas pelo corpo, eis a razão porque os fat binders são considerados um “dispositivo médico” em vez de um “suplemento”.

 

Como é que os fat binders funcionam?

O “ingrediente” ativo mais importante nos fat binders é o polissacarídeo Chitosan (1). Esta molécula de hidrato de carbono, que consiste em unidades de D-Glucosamina tanto acetiladas como desacetiladas, é formada a partir de um derivado natural da glucose (chamado Chitin) que é tratado com uma alcalina.

É interessante notar que o Chitin em si é derivado do exoesqueleto de crustáceos e insetos (tais como cascas de caranguejo ou de camarão) e é quase tão abundante em celulose (que constrói as paredes celulares das plantas) (1).

No entanto, os usos comerciais do Chitin não se limitam aos fat binders, e a substância tem sido usada na cura de feridas para criar uma pele artificial, como um fungicida em cosméticos, e até para fazer lentes de contacto (1).

A forma como o Chitosan afeta o armazenamento de gordura é pela sua capacidade de se agarrar à gordura existente no estômago antes da digestão.

Quando consumido, o Chitosan dissolve-se nos ácidos do estômago e, como composto alcalino, transforma-se então num gel (2).

Este tipo de fibra é diferente de outras formas consumíveis por causa da sua carga iónica positiva, que lhe permite ligar-se a lípidos e gorduras que são construídas por iões negativos (4-6).

As altas propriedades de emulsificação do Chitosan (3) vão então ligar-se às partículas de gordura nos órgãos, com as superfícies de gordura a atuarem como tensoativos. Esta massa de Chitosan e gordura vai então transferir-se do estômago para os intestinos.

Nesta fase, o Chitosan vai mudar os depósitos de gordura insolúvel para uma forma que já não pode ser decomposta pelas enzimas digestivas. Basicamente, o fat binder vai prender a gordura e proteger contra a sua absorção, permitindo a passagem destas moléculas para fora do corpo (2).

Quais os benefícios do Chitin na perda de gordura corporal?

Isto na teoria soa tudo incrível, mas falta a questão de se funciona ou não!

Têm-se obtido provas principalmente em modelos animais, alimentando ratos com uma dieta rica em gorduras e examinando a digestibilidade das gorduras consumidas.

Um desses estudos (7) pegou num grupo de ratos com uma dieta rica em gorduras que tinha sido suplementada com diferentes tipos de fibras dietéticas.

Após um período de dieta de duas semanas, as fezes dos animais foram recolhidas e, das 23 fibras dietéticas consumidas, o Chitosan teve um nível notavelmente elevado de excreção de gorduras, e os resultados indicaram que a digestibilidade de gordura foi reduzida em 50% em comparação com o grupo de controlo.

Por outras palavras, 50% da gordura consumida deixou o corpo sem ser absorvida.

Claro que estes benefícios em modelos animais precisam de ser melhor testados para se avaliar a sua aplicabilidade no consumo humano. Infelizmente, foram encontradas algumas provas que mostram que o Chitosan apresenta efeitos clinicamente insignificantes ou negligenciáveis na absorção de gordura em ensaios com tanto homens como mulheres (8-9).

Existem investigações mais recentes, no entanto, que contradizem estas afirmações. Um desses estudos foi um estudo em dupla ocultação, controlado por placebo e aleatorizado (10). Este estudo pegou num grupo de 134 adultos com excesso de peso e forneceu-lhes comprimidos de 500mg de Chitosan, seis vezes ao dia.

No fim do estudo, mediu-se a perda de peso corporal, a massa gorda, a percentagem de gordura corporal e o índice de composição corporal.

Em comparação com o placebo, o Chitosan mostrou uma perda de peso de 2.8 libras (1.3kg), 2.6 (1.2) das quais foram de massa gorda. Isto indicaria uma perda de gordura 78% superior no grupo que tomou Chitosan. Adicionalmente, este grupo mostrou uma percentagem de gordura corporal reduzida e maiores melhorias no índice de composição corporal

Os Fat Binders são mais do que só Chitosan

É claro que os fat binders são compostos por mais do que apenas Chitosan, e existem também estudos relativos ao consumo destes comprimidos em conjunto com outros compostos benéficos.

Outro estudo de 6 semanas em adultos obesos usou um ensaio aleatorizado, em dupla ocultação, controlado por placebo para examinar o efeito do Chitosan lado a lado com outros suplementos de perda de peso (nomeadamente Glucomanano, Vitamina C e Feno-grego) (11).

Estes investigadores descobriram que a combinação destes compostos resultou numa perda estatisticamente significativa de peso corporal e de gordura em adultos, sem haver mudança nas calorias consumidas.

Enquanto que o grupo de placebo não perdeu qualquer peso (0kg), o grupo com suplementos perdeu 2.3kg, e enquanto que o grupo de placebo ganhou 0.2kg de gordura, o grupo com suplementos perdeu 2kg de gordura. Isto mostra que, apesar de alguns estudos mostrarem poucos efeitos na absorção de gordura, quer por si só ou em combinação com outros compostos, o Chitosan tem um efeito definitivo na perda de gordura.

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Quais os benefícios do Chitin no colesterol alto?

Outros estudos demonstram que os benefícios dos fat binders não são exclusivos à perda de peso. Um estudo interessante publicado no “Journal of the American College of Nutrition” (12) mediu o conteúdo de lípidos tanto no sangue como em fezes após o consumo de Chitosan.

Concluíram que os níveis de colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade) e total no soro (sangue) haviam sido significativamente reduzidos, e que apesar dos níveis de conteúdo gordo fecal não terem sofrido mudanças, os investigadores postularam que tal foi devido a uma mudança na excreção de esteroides neutros.

Isto indicaria um efeito anti-colesterolémico no uso de fat binders, e benefícios positivos para a saúde cardiovascular.

Outro estudo (13) pegou em 84 sujeitos com colesterol ligeira a moderadamente alto e deu-lhes 1.2g por dia de Chitosan ou um placebo.

Os resultados indicaram uma redução significativa do colesterol total comparado com o placebo, e num sub-grupo de indivíduos mais velhos (60 ou mais anos) verificaram-se adicionais reduções no colesterol total e no colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade). Novamente, isto mostraria os benefícios de saúde adicionais dos fat binders na melhoria dos níveis de colesterol.

Conclusão

Os Fat Binders mostram muito boas provas de benefícios na melhoria da absorção de gordura e, por consequente, de armazenamento de gordura, para além de ajudarem um pouco à tua saúde cardiovascular.

  • Kumar, M. N. R. (2000). A review of chitin and chitosan applications. Reactive and functional polymers, 46(1), 1-27.
  • Kanauchi, O., Deuchi, K., Imasato, Y., Shizukuishi, M., & Kobayashi, E. (1995). Mechanism for the inhibition of fat digestion by chitosan and for the synergistic effect of ascorbate. Bioscience, biotechnology, and biochemistry, 59(5), 786-790.
  • Knorr, D. (1982). Functional properties of chitin and chitosan. Journal of Food Science, 47(2), 593-595.
  • Wadstein, J., Thom, E., Heldman, E., Gudmundsson, S., & Lilja, B. (2000). Biopolymer L112: a chitosan with fat binding properties and potential as a weight reducing agent. Chitosan per os: from Dietary Supplement to Drug Carrier,” Grottammare, Italy: Atec, 65-76.
  • Muzzarelli, R. A. A. (1998). Management of hypercholesterolemia and overweight by oral administration of chitosans. New Biomedical Materials—Applied and Basic. POI Press, London, 1998.
  • Muzzarelli, R. A. (1998). Clinical and biochemical evaluation of chitosan for hypercholesterolemia and overweight control. Exs, 87, 293-304.
  • Deuchi, K., Kanauchi, O., Imasato, Y., & Kobayashi, E. (1994). Decreasing effect of chitosan on the apparent fat digestibility by rats fed on a high-fat diet. Bioscience, biotechnology, and biochemistry58(9), 1613-1616.
  • Gades, M. D., & Stern, J. S. (2003). Chitosan supplementation and fecal fat excretion in men. Obesity research, 11(5), 683-688.
  • Gades, M. D., & Stern, J. S. (2005). Chitosan supplementation and fat absorption in men and women. Journal of the American Dietetic Association, 105(1), 72-77.
  • Kaats, G. R., Michalek, J. E., & Preuss, H. G. (2006). Evaluating efficacy of a chitosan product using a double-blinded, placebo-controlled protocol. Journal of the American College of Nutrition, 25(5), 389-394.
  • Woodgate, D. E., & Conquer, J. A. (2003). Effects of a stimulant-free dietary supplement on body weight and fat loss in obese adults: a six-week exploratory study. Current Therapeutic Research, 64(4), 248-262.
  • Gallaher, D. D., Gallaher, C. M., Mahrt, G. J., Carr, T. P., Hollingshead, C. H., Hesslink Jr, R., & Wise, J. (2002). A glucomannan and chitosan fiber supplement decreases plasma cholesterol and increases cholesterol excretion in overweight normocholesterolemic humans. Journal of the American College of Nutrition, 21(5), 428-433.
  • Bokura, H., & Kobayashi, S. (2003). Chitosan decreases total cholesterol in women: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. European journal of clinical nutrition, 57(5), 721-725.

Helena é a nossa especialista em SEO e criadora de conteúdos. Ela promove as páginas do website Myprotein nos motores de busca e está envolvida na otimização interna e externa do site. Também coordena o trabalho dos blogs em russo e português.

Ela leva um estilo de vida saudável, está ativamente envolvida em desporto, adora aprender línguas estrangeiras e gosta muito de viajar.

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