Ouviste algumas referências à Dieta da Reiniciação Metabólica nas redes sociais ultimamente? Temos visto por aí alguns artigos que a mencionam, por isso, vamos explorar precisamente de que se trata e se tem algum benefício real, ou se é apenas mais uma moda do mundo da nutrição.
O que é a Dieta da Reiniciação Metabólica?
Esta dieta foi popularizada pelo antigo jogador da NFL Steve Weatherford, que veio depois a tornar-se treinador de fitness. O objetivo da dieta é “enganar” o organismo, fazendo-o acelerar o metabolismo através do foco em certos tipos de alimento, eliminando outros, para alcançar um défice calórico.
Como muitas outras dietas populares, o objetivo é a perda de peso (e em particular de gordura), o que se consegue através de um plano de alimentação que reduz os hidratos de carbono, para os tornar a introduzir – pelo que é essencialmente uma forma de ciclagem de hidratos de carbono.
Como funciona?
O nosso metabolismo depende de muitos fatores, mas as formas mais significativas de o influenciar têm que ver com o que comemos e com o nível de exercício que praticamos. Algumas pessoas nascem com tipos de corpo e de genética que lhes dão um metabolismo mais rápido (pelo que queimam mais calorias mesmo quando não estão a fazer nada de especial, e podem consumir mais calorias sem ganhar peso) e outras nascem com um metabolismo mais lento (pelo que queimam menos calorias e têm de trabalhar mais para baixar o peso).1
Uma vez que o metabolismo é influenciado por muitos fatores, alguns dos quais não podem ser manipulados (a genética), não há na realidade um botão de “reset” que possamos premir – mas podemos tentar influenciar o metabolismo (quer a intenção seja acelerá-lo ou abrandá-lo) através da alimentação e hábitos de exercício.
Como seguir a Dieta da Reiniciação Metabólica
Esta dieta é em parte personalizada, mas inclui um regime de alimentação, uma rotina de suplementos e planos de treino específicos.
A parte da alimentação envolve quantidades baixas de hidratos de carbono, proteínas em dose moderada e muitos vegetais – incluindo sumos caseiros. São dadas diretrizes sobre os alimentos a comer e a evitar. É encorajado o consumo de muita água e nenhum álcool.
Os treinos são intensos e focam-se no cardio em jejum e no treino com pesos.
Ajudar-me-á a perder peso?
Por tomar quatro semanas, a maior parte das pessoas não tem problemas em comprometer-se a terminá-la. Contudo, é muito específica quer a nível das diretrizes para alimentação, quer das rotinas de exercício a seguir (falamos de algo como 2 treinos por dia). Isto torna-a muito exigente, mas promete resultados.
Os resultados em geral devem-se com certeza ao défice calórico – dois treinos diários e refeições com poucos hidratos de carbono põem qualquer pessoa a queimar mais calorias que as que está a consumir, e fazer isto durante quatro semanas vai levar muito provavelmente à perda de peso. A questão não é “reiniciar” o metabolismo, mas o tipo de empenho e de trabalho duro que te vai fazer perder peso por fazer-te consumir menos calorias que as que queimas.
Esta abordagem “low-carb” não é inovadora – veja-se por exemplo as dietas Atkins e Keto – e um plano de alimentação específico é uma característica comum de muitas dietas para emagrecimento. Ainda que a Dieta da Reiniciação Metabólica seja essencialmente apenas uma forma complicada de ciclagem dos hidratos de carbono, vai indubitavelmente ajudar-te a perder peso, se mantiveres a determinação para a cumprir escrupulosamente.
Embora te possa ensinar algumas novas estratégias de treino ou alterações a longo prazo à alimentação, não é uma prática sustentável que se possa manter indefinidamente – e vai dar origem a frustrações quando damos um passo em falso para fora do plano (especialmente se estiveres a pagar pelo mesmo).
Os dados mostram que, embora muitas dietas possam conseguir resultados, a característica comum entre elas é a produção de um défice calórico.2 A consistência com uma alimentação saudável e com o exercício é a verdadeira chave para a perda de peso.
Mensagem final
A Dieta da Reiniciação Metabólica baseia-se em algumas estratégias óbvias – comer menos calorias, treinar com empenho no ginásio e evitar tentações. No entanto, pode ser difícil seguir um plano tão estrito por 30 dias (e é com certeza impossível segui-lo para sempre). Embora não “reinicie” na realidade o metabolismo, pode ajudar a perder peso. Encontrar uma dieta e um plano de exercício que sejamos capazes de seguir consistentemente é, contudo, sempre mais importante que a última dieta popular.
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1. Carroll, S., &Dudfield, M. (2004). What is the relationship between exercise and metabolicabnormalities?. Sports medicine, 34(6), 371-418.
2. Johnston, B. C., Kanters, S.,Bandayrel, K., Wu, P., Naji, F., Siemieniuk, R. A., … & Mills, E. J. (2014). Comparison of weight loss among named diet programs in overweight and obese adults: a meta-analysis. Jama, 312(9), 923-933
Claire é uma Nutricionista membro da Academy of Nutrition and Dietetics para além de possuir a certificação em coaching de saúde e bem-estar atribuído pela International Consortium for Health and Wellness Coaching. No seu curriculum conta também com uma licenciatura em Biologia e um Mestrado em Dietética e Nutrição Clínica da University of Pittsburgh.
Falar e escrever acerca de comida e fitness são paixões que qualquer um notará na Claire, para além da sua disponibilidade de partilhar este conhecimento para melhorar outras vidas.
A Claire também possui uma certificação em treino de ciclismo indoor e tem uma paixão muito particular por corrida e aulas de yoga. O impacto mental e físico que lhe dão são únicos. Quando não está a fazer exercício, é normal vê-la a apoiar a equipa local de desporto ou a cozinhar para a família na cozinha.
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